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Proteína C Reativa (PCR): O que é, para que serve e como interpretar seus resultados


Proteína C Reativa (PCR) é um dos marcadores laboratoriais mais solicitados na prática clínica, sendo fundamental para a avaliação de processos inflamatórios e infecciosos. Produzida pelo fígado, sua concentração no sangue aumenta rapidamente em resposta a lesões, infecções ou inflamações, tornando-se uma ferramenta valiosa para o acompanhamento clínico de pacientes em diversas situações.


O que é a PCR?

PCR é uma proteína de fase aguda, sintetizada pelo fígado, cuja principal função é atuar na resposta imunológica do organismo diante de agressões, como infecções bacterianas, virais, doenças autoimunes, traumas e até mesmo neoplasias. Seu aumento ocorre de forma precoce, podendo anteceder sintomas clínicos como febre, o que a torna um marcador sensível para detecção de processos inflamatórios sistêmicos.


Para que serve o exame de PCR?

O exame de Proteína C Reativa é indicado para:

  • Avaliação de infecções agudas, principalmente bacterianas

  • Monitoramento da resposta ao tratamento antibiótico

  • Diagnóstico diferencial entre infecção viral e bacteriana (em conjunto com outros exames)

  • Rastreamento de processos inflamatórios sistêmicos, como doenças autoimunes e neoplasias

  • Acompanhamento pós-operatório e detecção de complicações infecciosas

  • Avaliação do risco cardiovascular em exames de PCR ultrassensível


@profa.carolsoares
@profa.carolsoares

Valores de referência e interpretação

O valor considerado ideal para a PCR é geralmente menor que 5 mg/L (ou < 0,5 mg/dL), embora alguns laboratórios adotem como referência até 10 mg/L (1 mg/dL). 

É importante destacar que pequenas variações podem ocorrer conforme o perfil do paciente (idade, comorbidades, hábitos de vida).

Confira a tabela de interpretação dos valores de PCR:

Valor da PCR

Interpretação Clínica

< 3 mg/L (0,3 mg/dL)

Normal em pessoas saudáveis

3–10 mg/L (0,3–1 mg/dL)

Inflamação leve, obesidade, tabagismo, gestação, doenças crônicas

10–40 mg/L (1–4 mg/dL)

Infecções virais mais intensas, doenças autoimunes, tumores

> 40 mg/L (4 mg/dL)

Infecções bacterianas agudas, traumas, pós-operatório imediato

> 100 mg/L

Infecções bacterianas graves, septicemia

> 200 mg/L

Situações gravíssimas, como sepse

Atenção: Valores elevados isoladamente não confirmam infecção e não indicam o local da inflamação. A PCR é um marcador inespecífico, devendo sempre ser interpretada em conjunto com o quadro clínico, leucograma e outros biomarcadores.


Quando a PCR pode estar aumentada?

Diversas condições podem elevar a PCR, entre elas:

  • Infecções bacterianas agudas (frequentemente > 100 mg/L)

  • Infecções virais (elevação geralmente mais discreta)

  • Doenças inflamatórias crônicas (lúpus, artrite reumatoide)

  • Pós-operatório imediato

  • Infarto agudo do miocárdio

  • Traumas ou queimaduras

  • Neoplasias avançadas

Além disso, fatores como obesidade, tabagismo e sedentarismo podem causar elevações discretas e persistentes da PCR.


Como baixar a PCR?

O tratamento da causa subjacente é fundamental para normalizar os níveis de PCR. Ao controlar a infecção, inflamação ou lesão responsável, a tendência é que a PCR retorne aos valores de referência.


Dicas práticas para profissionais de saúde

  • Sempre correlacione o valor da PCR com a história clínica e outros exames laboratoriais.

  • Use a PCR para monitorar a resposta ao tratamento e evolução clínica do paciente.

  • Lembre-se: PCR elevada não significa, necessariamente, infecção bacteriana. Investigue outras causas de inflamação.

  • A PCR é útil no diagnóstico diferencial entre infecção viral e bacteriana, mas não deve ser utilizada isoladamente para essa finalidade.


interpretação da PCR vai muito além dos valores de referência.


O olhar clínico, aliado ao conhecimento aprofundado sobre os marcadores laboratoriais, faz toda a diferença na condução dos casos.


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Referências

  1. Proteína C reativa: aplicações clínicas e propostas para utilização racional


    REVISTA DA ASSOCIAÇÃO MÉDICA BRASILEIRA, v.59, n.1, p.85-92, 2013. Disponível em: SciELO.


    [https://www.scielo.br/j/ramb/a/gKQtTBk44SPSqzYtcjtZTXt/][1]

  2. RMMG - Aplicações clínicas atuais da proteína C reativa


    REVISTA MÉDICA DE MINAS GERAIS, 2025.


    [https://www.rmmg.org/artigo/detalhes/579][2]

  3. Proteína C-Reativa (PCR): o que preciso saber na prática?


    SanarMed, 2025.


    [https://sanarmed.com/proteina-c-reativa-pcr-o-que-preciso-saber-para-pratica-clinica-posmfc/][3]

  4. Proteína C-reativa: marcador inflamatório com valor prognóstico em insuficiência cardíaca descompensada


    Arquivos Brasileiros de Cardiologia, 2007.


    [https://www.scielo.br/j/abc/a/xY6M33hYSHgcCwYsQtkLMYC/][4]

  5. BIOMARCADORES INFLAMATÓRIOS NA DIFERENCIAÇÃO DE PROCESSOS INFECCIOSOS


    Grupo Kovalent, 2024.


    [https://grupokovalent.com.br/noticias/biomarcadores-inflamatorios-na-diferenciacao-de-processos-infecciosos/][5]

  6. Proteína C Reativa e Aplicações clínicas laboratoriais


    Erba Brasil.


    [https://erbabrasil.com.br/blog/proteina-c-reativa-e-aplicacoes-clinicas-laboratoriais/][6]

  7. Proteína C reativa de alta sensibilidade como biomarcador de risco cardiovascular


    Revista Portuguesa de Cardiologia.


    [https://www.revportcardiol.org/pt-proteina-c-reativa-alta-sensibilidade-articulo-S0870255112001953][7]

  8. Proteína C reativa: aplicações clínicas e propostas para utilização racional


    Observatório FMUSP, 2024.


    [https://observatorio.fm.usp.br/entities/publication/b84c3d20-947b-4dea-9c28-3cd17a9e05da][8]

 

 
 
 

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Profa. Carol Soares
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